sexta-feira, 13 de maio de 2016

Senado aprova impeachment de Dilma com 55 votos a favor e 22 contra

Mariana Londres, do R7, em Brasília
O Senado Federal aprovou, por volta das 6h40 desta quinta-feira (12), a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em sessão que durou mais de 20 horas, 55 senadores votaram de maneira favorável à aprovação do relatório da comissão especial e 22 votaram contra. A partir de hoje, Dilma será afastada por até 180 dias e o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assume provisoriamente o lugar dela.

No começo desta manhã, o plenário do Senado estava lotado. Setenta e sete senadores votaram. O presidente da Casa, Renan Calheiros, não votou. Houve duas ausências.
A petista deve ser notificada por volta das 10h sobre a decisão dos parlamentares, quando fará um pronunciamento no Palácio do Planalto. Por volta das 11h, será a vez de Temer ser notificado e assume o cargo, sem cerimônia de posse.
A sessão no Senado que selou o afastamento de Dilma começou por volta das 10h de quarta-feira (11), com uma hora de atraso e terminou depois das 6h de quinta-feira (12). O início dos trabalhos foi tumultuado, com uma série de questões de ordem apresentadas por senadores governistas que acabaram atrasando os debates.
Calheiros já anunciou que Dilma poderá permanecer no Palácio da Alvorada durante o afastamento, com direito a transporte terrestre e aéreo, segurança e equipe de gabinete.
Cada um dos 71 parlamentares que se inscreveram teve 15 minutos para discursar na tribuna. Após a última fala, de Raimundo Lira (PMDB-PB), por volta das 5h45, o relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), reforçou o parecer favorável ao afastamento e, na sequencia, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, fez a defesa da presidente.
Para a aprovação do afastamento de Dilma era necessária maioria simples no Senado, o que foi alcançado com folga de 14 votos. Quatro senadores ficaram de fora da votação: Jader Barbalho e Eduardo Braga, que alegaram motivos de saúde; o ex-senador Delcídio do Amaral, cassado na terça-feira (10), e o presidente da Casa, Renan Calheiros.
O afastamento de Dilma pelo Senado ocorre 162 dias após o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter aceitado a denúncia contra a presidente. Agora, a Casa inicia, de fato, a fase processual contra a petista.
Despedida
Além do pronunciamento que Dilma fará às 10h, um vídeo com declarações sobre o afastamento será divulgado nas redes sociais. A ideia é que ela saia pela porta da frente do Palácio do Planalto, onde deve se encontrar com seu padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva.
Incialmente, ela desceria a rampa do Palácio, mas avaliou que a imagem poderia ser interpretada como uma “entrega” do governo para o vice-presidente Michel Temer. Ela, ao contrário, vai insistir que é vítima de golpe e que o governo Temer é ilegítimo.
O Planalto ainda negocia com o Senado qual estrutura Dilma terá a sua disposição durante os até 180 dias que ficará afastada, durante o período de julgamento pelo Senado.
A presidente terá o uso do Palácio da Alvorada e o staff que o mantém, cerca de 300 pessoas entre seguranças, manutenção, e outros funcionários de serviços domésticos.
O pedido é que também lhe seja permitido manter entre 15 e 20 servidores de cargos de confiança. Entre eles, o assessor especial da Presidência, Giles Azevedo, seu assessor pessoal, o jornalista Bruno Monteiro, além de outros assessores particulares, que cuidam da agenda de produção de informação para a presidente.
Ainda não houve uma resposta definitiva por parte do Senado. Um dos pedidos –que devem ser concedidos – é o de uso de um avião da Força Aérea Brasileira para possíveis deslocamentos. A alegação é que Dilma, apesar de afastada, ainda se mantém presidente e não poderia se deslocar sem pessoal de segurança, o que inviabiliza o transporte comum.

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